Alta regulação trava desenvolvimento do setor industrial brasileiro
Processos de burocracia ainda são um dos maiores entraves para o setor industrial brasileiro, sobretudo na área de logística. A alocação de tempo e recursos para enfrentar longos processos burocráticos representam custos para as organizações – que poderiam ser menores se o país não fosse um dos mais burocráticos do mundo.
Uma pesquisa do Banco Mundial classificou os países de acordo com a facilidade para realizar negócio, considerando os gastos de tempo e dinheiro para processos como abrir uma empresa, pagar impostos, obter licenças de operação e construção, entre outros. Segundo a pesquisa “Doing Business”, o Brasil está entre os países mais burocráticos, ocupando a posição 124 de um total de 190 países.
Tempo é dinheiro
Um dos piores desempenhos do Brasil no ranking refere-se ao indicador que mensura o número de dias necessários para abrir um negócio. Entre os 167 países avaliados nesse critério, o Brasil ocupa a posição 161. Na burocracia brasileira, leva-se em médio 67 dias para cumprir os procedimentos legais para abrir uma empresa. No país que ocupa a primeira posição, Nova Zelândia, o processo é feito em menos de 1 dia.
O Brasil também ficou à frente de países como Peru (26 dias), Colômbia (9 dias) e Chile (6 dias). O tempo para abrir uma empresa no Brasil é mais que o dobro do resultado da América Latina (32 dias). Por outro lado, o tempo perdido com burocracia custa mais para as empresas do que o valor dos impostos. É o que afirma a economista portuguesa Rita Ramalho, diretora do levantamento “Doing Business”. “Houve avanços, mas poderia haver mais. No geral, em quase todas as áreas em que medimos, o problema não é o custo [financeiro], mas o tempo”, diz.
“Uma das coisas que demoram mais é a obtenção do alvará [de funcionamento]. Mas é muito mais rápido agora, do que há cinco ou seis anos. Houve avanços, mas poderia haver mais”, completa.
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