Valéria Maria de Figueiredo Pazetto, Universidade de Brasília
Cláudio Henrique Soares Del Menezzi, Universidade de Brasília
Joaquim Carlos Gonçalez, Universidade de Brasília
Resumo
Este trabalho teve como objetivo avaliar a correlação entre as propriedades físicas e mecânicas de painéis de MDF (Medium Density Fiberboard ) e de MDP (Medium Density Particleboard ) utilizados na fabricação de móveis. Para análise dos painéis foram determinadas as propriedades físicas de densidade, e teor de umidade e as propriedades mecânicas em flexão estática (MOE e MOR).
O experimento foi realizado com amostras de painéis, em três espessuras (15 mm [milímetros], 18 mm e 25 mm) e três vãos considerando a relação L/h (vão dividido pela espessura) de 30, 35 e 40, totalizando nove tratamentos para cada tipo de painel, com três repetições. Essas amostras também foram submetidas a ensaios não destrutivos de flexão, com cargas equivalentes a 25 g.cm-² uniformemente distribuídas, em condições climatizadas (temperatura 20º C ±1 e umidade 65% ±1).
A deformação final com a carga foi registrada após uma semana registrando-se ainda a deformação residual após a retirada da carga. Foi feita uma análise estatística dos resultados, onde se avaliou o efeito dos tratamentos relativos ao vão e a espessura. Uma análise das médias evidenciou diferenças significativas entre os valores obtidos em cada espessura. O vão demonstrou ter maior influência na deformação dos painéis do que a espessura. Entre as dimensões das amostras avaliadas a melhor relação encontrada foi L/h=30.
“Os resultados do MDF foram ligeiramente superiores aos do MDP nas deformações com carga, no entanto, na deformação residual ambos apresentaram valores semelhantes“
Introdução
A utilização dos painéis de madeira reconstituída em substituição à madeira maciça vem sendo cada vez mais frequente, tanto na fabricação de móveis como na construção civil. Esse crescimento se deve, principalmente, a fatores como a escassez de madeira maciça, a estabilidade dimensional dos painéis, a maior uniformidade de suas propriedades e a evolução tecnológica na fabricação desses produtos, permitindo-lhes melhor usinagem e acabamento. Além desses fatores, há o fato da aceitação por parte dos consumidores como um material sustentável, já que é fabricado a partir de madeira de reflorestamento, diminuindo a demanda de recursos nativos (Da Rosa et al., 2007).
Segundo Bodig e Jayne (1993), a resistência à deformação acontece na medida em que o material é comprimido, fletido ou distorcido sob o efeito da carga/força, podendo ocorrer a deformação elástica (mudanças de forma instantâneas) ou a deformação reológica (dependendo do tempo de aplicação).
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