Referência Industrial

36 ANOS DE SOLUÇÕES E EQUIPAMENTOS TÉRMICOS

Contraco oferece qualidade em secadores, estufas e fornos para secagem de madeira

Em meio à umidade catarinense, surgia em 1986 uma das maiores empresas de soluções e equipamentos térmicos, voltada à secagem de madeira. Presentes em vários Estados do Brasil há 36 anos, os secadores, estufas e fornos da Contraco são sinônimo de qualidade e produtividade.

“O custo-benefício é muito bom, com baixo consumo de material e de energia. A Contraco realmente entrega o que promete em relação a tempo de secagem e funcionalidades. É um equipamento simples e de baixo custo operacional. Já temos relação faz um tempinho, porém os equipamentos estão instalados aqui na empresa faz uns 2 anos. Acredito que o maior benefício é a entrega da madeira na umidade correta para a venda, dentro do padrão de horas de secagem, evitando gargalos na linha de produção”, relata Didier Cesa, proprietário da Rauber & Cesa, de São Francisco de Paula (RS).

Parte do sucesso da Contraco se deve ao fato da empresa sempre ter trabalhado com parcerias. “Temos fabricantes em Curitiba, na parte de manutenção, como a Marrari Automação. E fazemos monitoramento a distância, das estufas, com acesso remoto e interação em tempo real. Facilita muito a dinâmica da manutenção técnica, evitando viagens e deslocamentos desnecessários. Até porque em alguns casos, basta reiniciar o equipamento”, detalha Natalino Bonin, diretor da Contraco.

Segundo Natalino, em outros casos, depende da forma como é feito o monitoramento dos secadores. “Às vezes não alimentaram a estufa com cavaco. Ou então alimentam com muita lenha, a ponto de ultrapassar a temperatura máxima indicada. Tudo isso fica registrado no sistema das máquinas, para identificar a origem do problema. Podemos dizer pela nossa experiência que a maioria dos casos é por falha humana, ou descuido”, alerta Natalino.

O empresário destaca, ainda, a importância de se atualizar com equipamentos modernos e assertivos, que vão de encontro com as necessidades dos clientes. “Antes, tínhamos equipamentos defasados. Foi pensado muito antes de fazer o investimento na Contraco, o sistema de troca de ar quente em relação ao vapor. Mas com certeza acertamos no investimento”, comemora Didier Cesa.

PIONEIRISMO

Em 1° de outubro de 2022, a Contraco completa 36 anos. Curiosamente, a origem do nome é “conserto de tratores e colheitadeiras”. Segundo conta Natalino Bonin, ele trabalhava em um banco e veio para Taió (SC) gerenciar uma oficina com dois funcionários. “Logo em seguida, começamos a trabalhar com duas grandes empresas, que compraram nossos primeiros ventiladores para os barracões, e tubulação de secadores de fumo. Em 1988, fiz sociedade com dois cunhados e adquirimos a Contraco. Dessa experiência com ventiladores e tubulação de aquecimento com as empresas, fizemos os primeiros secadores de madeira, ainda bem rústicos”, relata Natalino.

A partir desse momento e das exigências do mercado, a Contraco foi desenvolvendo seus equipamentos. Além da manutenção agrícola e industrial, a empresa foi migrando para a fabricação própria. “Secador de madeira tinha aquele tradicional a vapor, e o de ventilação lateral. Com ventilação superior e sem uso de caldeira, ninguém fabricava. Começamos a desbravar isso nos anos seguintes. No início, a gente adaptava muitas coisas, fugíamos da caldeira, pois é cara, tem muita responsabilidade técnica pela pressão, risco de explosão. E tinha gente com estrutura, precisava da estufa, e nos buscavam para instalar um trocador. Por um tempo, fomos aprimorando aquele sistema de aquecimento”, explica Natalino.

DIFERENCIAL NO MERCADO

Desde 2008, quando a segunda geração da família entrou na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a Contraco deu início à produção dos trocadores nos modelos atuais, diferencial no mercado. “Aproveitamos a experiencia acadêmica dos nossos filhos, que estudaram na UFSC. É tudo patenteado e específico, um diferencial entre secadores de madeira, que não utilizam caldeira. Nosso trocador tem potência, enquanto outros precisam de dois ou três”, atesta o diretor.

Natalino Bonin destaca que seu filho Daniel estudou a área de aquecimento de secador no mestrado. “Isso melhorou muito a performance, batendo o secador a vapor. O equipamento é o mesmo, o que muda é o trocador de calor no lugar da caldeira. Mas o ventilador, os sensores, a saída de umidade, é tudo o mesmo equipamento. A questão da umidade da madeira também impacta, se está mais ou menos seca quando vai alimentar a estufa”, detalha.

Ao todo, são três os filhos engenheiros de Natalino, formados pela UFSC. Cada um numa área: a Luiza é pesquisadora, fez doutorado na Bélgica; o Daniel fez engenharia de produção e dissertação de mestrado sobre secador de madeira e queima de biomassa; e o Eduardo é engenheiro mecânico, que mais tem aplicado a parte acadêmica com a nossa prática na empresa. “A gente sempre relacionava a vivência na universidade e na empresa, o que nos dava uma visão diferente. Eu trabalhava no laboratório de ciências técnicas e aplicava em clientes que utilizavam equipamentos da Contraco, como secadores de madeira. Nos últimos 10 anos, impulsionamos os secadores a partir desse aprendizado em nossas formações acadêmicas. Sempre tivemos apoio dos professores e pesquisadores da UFSC, que são parceiros até hoje para aprimorarmos os equipamentos”, elogia Eduardo Bonin, engenheiro responsável pela Contraco e filho de Natalino.

Com 40 funcionários, a Contraco terceiriza apenas alguns processos que podem ser abertos. “Já trazemos materiais cortados, praticamente como uma montadora, resguardando na empresa a essência da linha de produção. E temos baixa rotatividade, muitos funcionários estão conosco há mais de 10, 20 anos. Investimos na formação de mão de obra, já formamos muitos especialistas em secagem de madeira, que hoje atuam em outros locais do país.”

ELIMINADOR DE FULIGEM

Recentemente, preocupada com a sustentabilidade de seus equipamentos, a Contraco lançou o eliminador de fuligem, que consome apenas 50% do que uma caldeira utiliza para secar cada metro cúbico de madeira. “Oferecemos esse filtro de saída, de retenção de partículas, para esse aspecto ambiental. Depende da biomassa queimada: o cavaco tem mais valor financeiro, gera menos resíduo e queima melhor. Já a queima da serragem é mais difícil, é um tipo mais granulado de resíduo e biomassa. Especialmente em empresas localizadas dentro das cidades, em áreas urbanas, o uso desse eliminador de fuligem é fundamental”, explica Eduardo Bonin.

Na linha de secadores, o sistema de alimentação da empresa é outro diferencial. “Antigamente, era necessário encher um pequeno reservatório manualmente. Hoje, temos um pescador no chão que pega sozinho a pilha de biomassa. Ergonomicamente é muito melhor, o equipamento ganha autonomia e se alimenta sozinho, sem aquele operador enchendo carrinho com trabalho braçal. O operador acaba monitorando do que efetivamente operando, o que muda o perfil dos clientes”, elogia Natalino.

Com sede em Agrolândia (SC), a ADS Florestal é uma das empresas que utiliza secador industrial da Contraco. “Em setembro, vai fazer um ano que estamos usando o equipamento. Hoje, levamos 70h (horas) para secar 60 m3 (metros cúbicos), mesma quantidade de madeira que antes levávamos 20 dias, no verão, e de 30 a 45 dias na umidade do inverno”, compara Rodrigo Maas, gerente industrial da ADS Florestal.

A biomassa do cavaco possui muitas utilidades na geração de energia, inclusive na indústria madeireira. É o caso dos secadores da Contraco, que podem ser alimentados por cavaco para acelerar a secagem, como acontece na ADS Florestal. Além de dar bom uso ao resíduo orgânico, a prática ainda impulsiona a geração de energia. “A maioria dos nossos clientes é do Sudeste, temos unidade de processamento, a floresta de Pinus e o transporte, fazemos de ponta a ponta todo o processo. Nossa preocupação é atender o cliente dentro do prazo de entrega combinado, por isso é importante o uso dos secadores”, enaltece Maas.

PRODUTIVIDADE

Natalino Bonin conta que algumas grandes empresas utilizam de cinco a dez estufas da Contraco, sendo que antes atendiam clientes que precisavam de no máximo três estufas. “Ampliamos o alcance de atendimento para as grandes empresas, além de continuar atendendo as menores. Hoje a limitação dos pedidos depende do tamanho dos caminhões para transporte: por exemplo, nos pedem uma estufa que possa encher dois caminhões de madeira verde e um caminhão de madeira seca. O que antes ocupava dois caminhões, hoje vai em um só. Baixa peso, aumenta economia. Imagina o frete de uma viagem de Santa Catarina até a Bahia, ou até Brasília, levando 50 m3 ao invés de 25 m3”, destaca o diretor.

A madeira secada pela Contraco atende em grande parte o mercado brasileiro de exportação para Europa, Ásia e EUA (Estados Unidos da América). Também a indústria moveleira e de embalagens, como os paletes, e a construção civil. “Em termos de volume, na venda de secadores, atendemos clientes de toda a região sul. Mas temos clientes espalhados pelo país, em Estados como Mato Grosso, Bahia, Acre e Minas Gerais. Também em Honduras, na Venezuela e na Argentina. Os clientes acabam sendo mais do sul pelo clima úmido, que necessita mais da secagem da madeira”, explica Natalino.

VENDAS EM ALTA

Entre o final de 2020 e o início de 2022, o crescimento de produção da Contraco disparou, diante da alta do dólar, do aquecimento nas exportações e demandas do mercado. “Foi bem alto, pela necessidade de retomada da indústria madeireira. Hoje já estabilizou, mas estamos vendendo para entrega em 2023, salvo raras exceções. Foram muitos os pedidos nos últimos 2 anos, a ponto de ter esse tempo de espera para a entrega dos secadores, fornos e estufas. Tanto que tivemos que contratar mais funcionários, para produzir de cinco a seis estufas por mês. Até 4 anos atrás, fazíamos duas estufas por mês. Já chegamos a ponto de fazer 10 estufas por mês durante a pandemia, trabalhando a noite. O prazo hoje gira em torno de 150 dias”, enumera Eduardo Bonin.

Reconhecida no mercado de todo o país, a Contraco ainda tem parceria com o cliente que comprou seu primeiro secador. “Foi vendido para o nosso vizinho, o empresário Aldo Bogo, da fábrica de móveis Bogo. O secador durou uns 20 anos, até quando a empresa mudou sua área de atuação”, orgulha-se Natalino.

“A estufa da Contraco foi sendo aperfeiçoada com o tempo, hoje eles atendem o Brasil inteiro. Elas secam igual as estufas a vapor, são muito boas. Somos parceiros há muitos anos, todos os exaustores da nossa fábrica foram criados pela Contraco também”, conta Aldo Bogo.

A linha do tempo da Contraco também traz uma história de superação. Em 2011, a empresa enfrentou uma enchente terrível que afetou toda a região do Vale do Rio Itajaí. “Antes disso, somente em 1983 havia tido algo parecido, mas com menor volume de água. Mas como a Contraco é de 1986, foi a única enchente que entrou na fábrica. A gente precisou lavar e secar as máquinas depois da chuva e muitas não funcionaram mais. Foi um prejuízo enorme, ficamos 20 dias parados, arrumando a empresa. Atrasou entrega, recebimento, tudo”, relata Natalino.

Reportagem de REFERÊNCIA INDUSTRIAL, edição 244.

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